Violência envolvendo futebol aumenta na Alemanha

Brigas de torcidas. Arruaça nas ruas e entorno dos estádios. Prisões após partidas. Violência. Se você achou que tudo isso é exclusividade do futebol no Brasil, se enganou: isso também acontece na Alemanha, um dos países mais desenvolvidos do planeta. E, infelizmente, com uma frequência cada vez maior.

Foi o que divulgou, nesta semana, a Zentrale Informationsstelle Sporteinsätze - ZIS (Central da Informação do Esporte). Segundo a entidade, a violência na Alemanha envolvendo futebol aumentou de 2013 para 2014. 

O relatório aponta que as forças policiais atuando em jogos da Bundesliga e na segunda divisão alemã aumentaram 10% em comparação com a última temporada e o número de pessoas lesionadas em situações relacionadas ao futebol também impressiona: 788 feridos na temporada 2012/13 e 1.281 pessoas feridas em 2013/14.

Além disso, a justiça alemã abriu 7.863 processos penais (aumento de 21%) e 8.989 pessoas ficaram em custódia (aumento de 31,5%) devido a brigas dentro e envolta dos estádios. A ZIS afirmou que há uma preocupação com grupos violentos dentro das torcidas, que usam - principalmente - artefatos pirotécnicos dentro dos estádios, o que é proibido pela lei da Alemanha e vem mobilizando clubes para evitar esse tipo de artifício.

Outra preocupação são os torcedores "brigões" dentro das arenas, que - após confusões - chegam a se esconder atrás das grandes bandeiras das torcidas para dificultar a identificação por vídeos e trocar de roupa antes de sair do estádio na tentativa de não serem parados pela polícia na saída.

O relatório servirá para a Federação Alemã de Futebol e a polícia alemã criarem novas medidas de segurança em dias de jogos. Para se ter uma noção da extensão da violência, no clássico entre Borussia Dortmund e Schalke em março foi montado um verdadeiro esquema de guerra para a partida e em setembro fãs do Colônia e do M'gladbach se confrontaram nas ruas próximas ao RheinEnergieStadion. 

Por causa da violência, autoridades chegaram a exigir pagamentos dos clubes para custear parte do policiamento nos estádios em partidas consideradas de risco.

Mas nem tudo é má notícia: a ZIS afirmou que não houve nenhum incidente envolvendo os 12 mil alemães que vieram para o Brasil para a Copa do Mundo.