Weston McKennie: talento dos Estados Unidos nascido para brilhar na Bundesliga
Por Taynã Melo
@mellotainan
Jovem atleta do Schalke 04 acumula convocações na seleção norte-americana e se junta a seleto grupo que trouxe experiência e melhoria na qualidade individual, como Pulisic, Chandler, Fabian Johnson e outros
Quem acompanha a Bundesliga há alguns anos sabe que uma das boas novidades que apareceram recentemente no futebol alemão foi a presença de jogadores nascidos nos Estados Unidos nos principais clubes de futebol da Alemanha. Vários são os fatores para explicar isso. O fato do ex-atacante alemão Jürgen Klinsmann ter comandado a seleção dos Estados Unidos, a visita de alguns clubes durante a pré-temporada, a maior visibilidade da Major League Soccer (MLS) no cenário internacional, entre outras razões.
Ainda que os Estados Unidos não tenham disputado a Copa do Mundo em 2018 por fracassarem de uma maneira completamente estúpida no hexagonal final das Eliminatórias da Concacaf, quando foram superados na classificação por Panamá e Honduras e ficaram fora até mesmo da repescagem, atletas com certo nível de experiência e outros jovens mostram seu bom futebol no Velho Continente.
O lateral do Eintracht Frankfurt Timothy Chandler nasceu na Alemanha, mas optou por defender os ianques em homenagem ao pai, soldado norte-americano que vive em ambiente teutônico, e comentou sobre o fato de alguns atletas terem a ambição de conhecerem outras filosofias de campo. O jogador, campeão da DFB-Pokal com as Águias no último mês de maio, mencionou o caso de Christian Pulisic, do Borussia Dortmund, Weston McKennie, do Schalke 04, e Josh Sargent, do Werder Bremen.
“É necessário morar lá por alguns meses e se ajustar ao campo. Mas é bom ir lá, jogar lá, ter algum tempo na Europa e aprender muito”.
Outros exemplos que podem ser citados são de John Brooks, do Wolfsburg (foto), e Fabian Johnson, do Borussia Mönchengladbach. Os dois jogadores nasceram na Alemanha e fizeram a mesma opção de Chandler, mas não vivenciaram tanto o fato de morarem nos Estados Unidos.
Um caso curioso é o de Bobby Wood. Atacante recém-contratado pelo Hannover 96 e com muitos anos no Hamburgo, Wood nasceu em Honolulu, capital do estado do Havaí. Aos 15 anos de idade, passou a viver na Alemanha e se destacou nas categorias de base do 1860 Munique. Com isso, chamou a atenção dos treinadores dos Estados Unidos e já foi convocado para defender o USMNT (abreviatura em inglês traduzida como Seleção Nacional Masculina dos Estados Unidos).
Quem chama a atenção ultimamente por ser um jovem promissor é Weston McKennie, meia do Schalke 04, supracitado. Em entrevista ao site oficial da seleção dos Estados Unidos, o fato da família ter saído do Texas para a Alemanha foi fundamental para que novos horizontes fossem abertos não só para o jovem atleta, mas para toda a família.
“Nós estávamos em Fort Lee, Virgínia. Estava próximo o tempo para eu fazer uma PCS — mudança permanente de estação, em inglês — e eu tinha a opção de ir ao Alasca ou à Alemanha. Falei com a família. Eles disseram: ‘Nós não queremos ir ao Alasca, lá é muito frio.’ Então decidimos ir à Alemanha, aproveitar as viagens e observar as coisas, e algumas dessas coisas quando chegamos lá”, explicou o pai de Weston, John McKennie.
Desde o começo da adolescência, quando passou a jogar futebol do outro lado da rua, chamava a atenção. Tanto que foi observado e atuou em um nível duas vezes maior que o apropriado para sua faixa etária graças ao seu talento. Em sua estreia no time de juniores FC Phönix, marcou oito vezes.
“Enquanto ele esteve lá, não perdemos um jogo. Eu acho que a mentalidade que ele tem agora vem muito deste tempo porque eu não gostava de desculpas e eu sempre soube que ele faria isso”, afirmou David Müller, técnico da equipe.
Porém, tudo mudou quando McKennie assistiu a um amistoso entre Polônia x Estados Unidos disputado em Kaiserslautern e pôde conhecer os astros Landon Donovan e Carlos Bocanegra. Foi o estopim para a ambição ao futebol, uma vez que a noção de futebol era completamente diferente da que o jovem pensava.
“Definitivamente foi uma experiência que mudou minha vida porque antes de me mudar à Alemanha eu realmente não sabia que o futebol era um esporte. Eu não sabia que havia uma seleção nacional onde você pode jogar pelo seu país e as melhores crianças do país jogam juntas. Quando eu conheci esses atletas eu vi que poderia aspirar a ser algo ainda maior do que apenas jogar em um clube ou apenas na minha pequena vila na época. Eu sabia que queria chegar lá em algum momento”.
Quando adolescente, McKennie voltou ao Texas, jogou nas categorias de base do FC Dallas. Mas, quando teve a primeira oportunidade, abdicou de uma bolsa de estudos na Universidade da Virgínia ou de um contrato profissional com o Dallas para retornar à Alemanha e vestir a camisa do Schalke 04. Manteve o destaque no time de juniores e estreou no profissional na última rodada da temporada 2016–17, quando os Azuis Reais empataram com o Ingolstadt. Um ano depois, os números são ainda mais efetivos, com participação em 25 jogos da equipe na temporada, válidos pela Bundesliga e pela DFB-Pokal.
Peça importante na campanha que resultou no vice-campeonato alemão e no retorno às competições europeias, Weston McKennie também já foi convocado para o USMNT. Tem quatro jogos e um gol marcado no amistoso contra Portugal, em novembro de 2017.
“Eu vim de não jogar para ninguém para hoje jogar diante de 60 mil pessoas. É algo que sonhei por muito tempo. Nós vivemos, comemos e respiramos futebol aqui. Os torcedores sangram pelo brasão. Eles farão qualquer coisa por nós. E isso é algo que eu acho que eles perceberam — que eu farei qualquer coisa por eles. É uma comunidade baseada no trabalho duro, e todo dia eu provo a mim mesmo uma parte disso”.
A temporada do Schalke 04 começa no próximo mês de agosto e a equipe de Gelsenkirchen vai disputar a Bundesliga, a DFB-Pokal e a Uefa Champions League. Na Copa da Alemanha, a estreia será contra o Schweinfurt, da quarta divisão. No Campeonato Alemão, o oponente será o Wolfsburg na Volkswagen Arena. No principal torneio interclubes do continente, os adversários da fase de grupos ainda serão conhecidos.
@mellotainan
Jovem atleta do Schalke 04 acumula convocações na seleção norte-americana e se junta a seleto grupo que trouxe experiência e melhoria na qualidade individual, como Pulisic, Chandler, Fabian Johnson e outros
Quem acompanha a Bundesliga há alguns anos sabe que uma das boas novidades que apareceram recentemente no futebol alemão foi a presença de jogadores nascidos nos Estados Unidos nos principais clubes de futebol da Alemanha. Vários são os fatores para explicar isso. O fato do ex-atacante alemão Jürgen Klinsmann ter comandado a seleção dos Estados Unidos, a visita de alguns clubes durante a pré-temporada, a maior visibilidade da Major League Soccer (MLS) no cenário internacional, entre outras razões.
Ainda que os Estados Unidos não tenham disputado a Copa do Mundo em 2018 por fracassarem de uma maneira completamente estúpida no hexagonal final das Eliminatórias da Concacaf, quando foram superados na classificação por Panamá e Honduras e ficaram fora até mesmo da repescagem, atletas com certo nível de experiência e outros jovens mostram seu bom futebol no Velho Continente.
O lateral do Eintracht Frankfurt Timothy Chandler nasceu na Alemanha, mas optou por defender os ianques em homenagem ao pai, soldado norte-americano que vive em ambiente teutônico, e comentou sobre o fato de alguns atletas terem a ambição de conhecerem outras filosofias de campo. O jogador, campeão da DFB-Pokal com as Águias no último mês de maio, mencionou o caso de Christian Pulisic, do Borussia Dortmund, Weston McKennie, do Schalke 04, e Josh Sargent, do Werder Bremen.
“É necessário morar lá por alguns meses e se ajustar ao campo. Mas é bom ir lá, jogar lá, ter algum tempo na Europa e aprender muito”.
Outros exemplos que podem ser citados são de John Brooks, do Wolfsburg (foto), e Fabian Johnson, do Borussia Mönchengladbach. Os dois jogadores nasceram na Alemanha e fizeram a mesma opção de Chandler, mas não vivenciaram tanto o fato de morarem nos Estados Unidos.
Um caso curioso é o de Bobby Wood. Atacante recém-contratado pelo Hannover 96 e com muitos anos no Hamburgo, Wood nasceu em Honolulu, capital do estado do Havaí. Aos 15 anos de idade, passou a viver na Alemanha e se destacou nas categorias de base do 1860 Munique. Com isso, chamou a atenção dos treinadores dos Estados Unidos e já foi convocado para defender o USMNT (abreviatura em inglês traduzida como Seleção Nacional Masculina dos Estados Unidos).
Quem chama a atenção ultimamente por ser um jovem promissor é Weston McKennie, meia do Schalke 04, supracitado. Em entrevista ao site oficial da seleção dos Estados Unidos, o fato da família ter saído do Texas para a Alemanha foi fundamental para que novos horizontes fossem abertos não só para o jovem atleta, mas para toda a família.
“Nós estávamos em Fort Lee, Virgínia. Estava próximo o tempo para eu fazer uma PCS — mudança permanente de estação, em inglês — e eu tinha a opção de ir ao Alasca ou à Alemanha. Falei com a família. Eles disseram: ‘Nós não queremos ir ao Alasca, lá é muito frio.’ Então decidimos ir à Alemanha, aproveitar as viagens e observar as coisas, e algumas dessas coisas quando chegamos lá”, explicou o pai de Weston, John McKennie.
Desde o começo da adolescência, quando passou a jogar futebol do outro lado da rua, chamava a atenção. Tanto que foi observado e atuou em um nível duas vezes maior que o apropriado para sua faixa etária graças ao seu talento. Em sua estreia no time de juniores FC Phönix, marcou oito vezes.
“Enquanto ele esteve lá, não perdemos um jogo. Eu acho que a mentalidade que ele tem agora vem muito deste tempo porque eu não gostava de desculpas e eu sempre soube que ele faria isso”, afirmou David Müller, técnico da equipe.
Porém, tudo mudou quando McKennie assistiu a um amistoso entre Polônia x Estados Unidos disputado em Kaiserslautern e pôde conhecer os astros Landon Donovan e Carlos Bocanegra. Foi o estopim para a ambição ao futebol, uma vez que a noção de futebol era completamente diferente da que o jovem pensava.
“Definitivamente foi uma experiência que mudou minha vida porque antes de me mudar à Alemanha eu realmente não sabia que o futebol era um esporte. Eu não sabia que havia uma seleção nacional onde você pode jogar pelo seu país e as melhores crianças do país jogam juntas. Quando eu conheci esses atletas eu vi que poderia aspirar a ser algo ainda maior do que apenas jogar em um clube ou apenas na minha pequena vila na época. Eu sabia que queria chegar lá em algum momento”.
Quando adolescente, McKennie voltou ao Texas, jogou nas categorias de base do FC Dallas. Mas, quando teve a primeira oportunidade, abdicou de uma bolsa de estudos na Universidade da Virgínia ou de um contrato profissional com o Dallas para retornar à Alemanha e vestir a camisa do Schalke 04. Manteve o destaque no time de juniores e estreou no profissional na última rodada da temporada 2016–17, quando os Azuis Reais empataram com o Ingolstadt. Um ano depois, os números são ainda mais efetivos, com participação em 25 jogos da equipe na temporada, válidos pela Bundesliga e pela DFB-Pokal.
Peça importante na campanha que resultou no vice-campeonato alemão e no retorno às competições europeias, Weston McKennie também já foi convocado para o USMNT. Tem quatro jogos e um gol marcado no amistoso contra Portugal, em novembro de 2017.
“Eu vim de não jogar para ninguém para hoje jogar diante de 60 mil pessoas. É algo que sonhei por muito tempo. Nós vivemos, comemos e respiramos futebol aqui. Os torcedores sangram pelo brasão. Eles farão qualquer coisa por nós. E isso é algo que eu acho que eles perceberam — que eu farei qualquer coisa por eles. É uma comunidade baseada no trabalho duro, e todo dia eu provo a mim mesmo uma parte disso”.
A temporada do Schalke 04 começa no próximo mês de agosto e a equipe de Gelsenkirchen vai disputar a Bundesliga, a DFB-Pokal e a Uefa Champions League. Na Copa da Alemanha, a estreia será contra o Schweinfurt, da quarta divisão. No Campeonato Alemão, o oponente será o Wolfsburg na Volkswagen Arena. No principal torneio interclubes do continente, os adversários da fase de grupos ainda serão conhecidos.
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