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Bayer Leverkusen: apenas dois troféus em 117 anos de história

Por Alexander Rodrigues

O Bayer Leverkusen é um time muito popular aqui no Brasil, não apenas pelas boas campanhas que fez na Bundesliga e UEFA Champions League, mas também pelos brasileiros que atuaram por lá.

Zé Roberto, Jorginho, Paulo Sérgio, Tita e Lúcio são alguns nomes pesados de uma vasta lista de brazucas que já vestiram o manto do clube fundado por funcionários da farmacêutica alemã Bayer. 

LEIA MAIS: Quem seria o maior clube da Bundesliga se o Bayern de Munique não existisse?

Também ficaram famosos por aqui os vices que os aspirinas amargaram ao longo dos últimos anos, na Bundesliga, Champions League e Copa da Alemanha. 

Não é à toa que surgiu o apelido para lá de maldoso de Bayer “Neverkusen”, que tem como objetivo deixar bem claro que esse clube nunca saberá o que é levantar um caneco.

A questão é que o Bayer já levantou troféus em sua história, um deles europeu, inclusive, e é sobre isso que vamos falar nesse post.

COPA DA UEFA 87/88

A primeira conquista do leão da Renânia do Norte-Vestefália logo de cara foi gigante: a Copa da UEFA da temporada 87/88 com um brasileiro como grande destaque e muita emoção.

Diferente da atual Liga Europa, o torneio europeu era apenas mata-mata, e os Werkself foram tombando os adversários um a um até se sagrarem campeões. 

Na estreia, o Bayer varreu o Áustria Viena com um 5×1 na partida de volta na Alemanha após um 0x0 fora. 

Na segunda eliminatória, o batido da vez foi o Toulouse da França com 1×1 fora e uma vitória magrinha de 1×0 em casa, gol marcado por Christian Schreier.

Em uma época onde o futebol de clubes da Holanda era muito mais relevante, bater o Feyenoord nas oitavas de final era algo grande. 2×2 em Roterdã e (de novo) uma vitória raquítica em Leverkusen de 1×0 para passar de fase. O herói da vez foi Falko Götz.

Nas quartas, uma pedreira: o Barcelona, que por mais que ainda fosse um time sem o peso europeu de dias atuais, ainda assim era um enorme desafio que o time comandado por Erich Ribbeck venceria.

Um empate sem gols em terras germânicas levava a decisão para o Camp Nou e foi aí que o Brasil deu as caras através de Tita, que calou a torcida Blaugrana com o seu gol aos 14 do segundo tempo e selou a vaga dos aspirinas nas semifinais.

Nas semifinais, um clássico nacional era o mais novo desafio dos leões, que enfrentariam o Werder Bremen e, seguindo o padrão vigente, a vitória foi raquítica.

No antigo Ulrich-Haberland-Stadion, Alois Reinhardt deu a vantagem mínima para o Leverkusen. Eu não sei como é “jogar com o regulamento debaixo do braço” em alemão, mas foi exatamente o que o time fez no jogo da volta em Bremen com o 0x0, que deu a vaga na finalíssima. 

Mais um time de Barcelona entrava no caminho do Bayer, dessa vez o Espanyol. 

Na época, a decisão da Copa da UEFA era em duas partidas de ida e volta. Diferente de hoje, que conta com jogo único em uma sede predeterminada, e os aspirinas tiveram de dar graças para esse fato.

No primeiro jogo no Estádio Sarrià, o Espanyol enfiou um 3×0 que deixou os aspirinas com uma tremenda dor de cabeça para a volta aos seus domínios.

No dia 18 de maio de 1988, 22 mil torcedores do Bayer entupiram o Ulrich-Haberland-Stadion com a esperança de testemunhar um milagre, que parecia menos possível após um primeiro tempo sem gols.

A equipe alemã precisando de no mínimo 3 para ir para os pênaltis e sem poder tomar nenhum, conseguiu abrir o placar aos 12 do segundo tempo através de Tita, que aproveitou um vacilo da zaga espanhola.

O segundo veio seis minutos depois, com um peixinho de Falko Götz que, praticamente, “chutou de cabeça” para deixar o sonhado milagre mais palpável.

A tensão virou uma explosão de alegria faltando nove minutos para o final da partida, quando o empate saiu após uma falta lateral onde o sul-coreano Cha Bum-kun subiu mais que todos e fez o improvável 3×0, que levou a decisão para os pênaltis.

E como se a tensão já não fosse enorme, ela ainda ficaria maior após o Espanyol converter a primeira cobrança e Ralf Falkenmayer desperdiçar a do Bayer.

O Espanyol fez a segunda, Wolfgang Rolff marcou os alemães e quando Urquiaga encheu o travessão na terceira dos espanhóis, o Bayer voltou para o jogo.

Herbert Waas deixou tudo igual e aí brilhou a estrela do goleiro Rüdiger Vollborn, que ficou no meio e defendeu a cobrança de Zúñiga. Na sequência, Klaus Täuber deixou os aspirinas na frente.

Losada tinha uma responsabilidade enorme em seus pés. Naquele momento, o coração da torcida do Leverkusen quase parou e voltou a bater de uma forma maluca, quando a cobrança do espanhol do Espanyol foi parar na Alemanha Oriental fazendo o Ulrich-Haberland-Stadion vir abaixo.

O Bayer Leverkusen conquistava o primeiro título de sua história.

COPA DA ALEMANHA

Avançamos no tempo e chegamos na temporada 92/93 quando, curiosamente, o Bayer não contava com nenhum brasileiro no seu elenco, já que Jorginho havia acabado de ser vendido para o Bayern de Munique e Tita tinha deixado a Alemanha logo depois do título de 88.

Após um 3×1 protocolar frente ao ASV Bergedorf 85 na estreia, os Löwen pegaram o Kaiserslautern e, como de costume, passaram com um triunfo esbelto de 1×0 com o gol de Martin Kree de pênalti. 

Na terceira eliminatória, os agora comandados por Reinhard Saftig, bateram o “possante” VfR Heilbronn com gols de Kree e Rydlewicz para ascender às oitavas. 

O Hertha Berlin era o desafio da vez, que foi superado com o tento da vitória vindo através de Andreas Thom. Final: 1×0 e vaga nas quartas.

O FC Carl Zeiss Jena foi a “tetinha da vez” na caminhada rumo a mais um título, com Andreas Thom deixando dois e carimbando a vaga dos aspirinas na semi.

Na semifinal, um adversário de mais peso: o Eintracht Frankfurt, que não foi páreo para os farmacêuticos, pois mesmo jogando fora de casa enfiaram um 3×0 clássico com dois do iluminado Andreas Thom e um de Ulf Kirsten.

O dia 11 de junho de 1993 teve uma ótima história, pois como se sabe, a final da Copa da Alemanha é disputada em jogo único no Estádio Olímpico de Berlin e o Bayer já havia despachado o Hertha, dono do estádio, nas oitavas.

Porém é permitido que os times B dos clubes também disputem a competição e nesse ano o Hertha II fez uma incrível campanha, disputando a finalíssima em casa.

O jogo ficou no 0x0 até os 32 da etapa final, quando Ulf Kirsten testou firme para o chão para dar a vitória e o segundo título da história dos aspirinas. Era o segundo caneco em um espaço de cinco anos.

Quando será que o Bayer Leverkusen vai voltar às glórias do passado? Comente sua aposta!

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